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Arquitetos: Atelier Marko Brajovic, Studio Arthur Casas
- Área: 3674 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Filippo Poli, Raphael Azevedo França
Descrição enviada pela equipe de projeto. Para o Studio Arthur Casas e o Atelier Marko Brajovic, o desafio de criar o pavilhão do Brasil para a Expo Milão 2015, comissionado pela Agência Brasileira de Exportação e Investimento (APEX), foi combinar arquitetura e cenografia que proporcionasse aos visitantes experiência capaz de transmitir os valores brasileiros e as aspirações de nossa agricultura e pecuária diante do tema proposto: alimentando o mundo com soluções. Mais que um edifício temporário, a imersão sensorial integra momentos lúdicos, informações científicas de ponta, interação e aprendizado.
A ideia da rede flexível, fluída e descentralizada permeia todos os aspectos do edifício e representa a pluralidade do Brasil. Em meio a construções de mais de 130 países, nosso pavilhão propõe um respiro, a intenção de uma praça que convida ao encontro e à descoberta.
Permeável como a cultura brasileira, um grande volume aberto acolhe os visitantes e estabelece um percurso por entre as mais variadas espécies aqui cultivadas. Os tons terrosos da estrutura em ferro ressaltam essa brasilidade e a transição gradual entre o interior e o exterior apaga os limites entre arquitetura e cenografia. A metáfora da rede é materializada por uma estrutura tensionada que cria inusitados locais de descanso e lazer. Grande instrumento musical, ela vai gerar sons de acordo com a quantidade de visitantes e seus movimentos. Como na arquitetura modernista dos pavilhões nacionais ao longo da história, generosas rampas reforçam a fluidez entre os espaços.Diferentes temas inspiraram clusters distribuídos pelo térreo do pavilhão, organizados em torno de ideias como nutrição, agricultura familiar, sistemas agroflorestais e integração entre lavoura e pecuária. Caixas com plantas, organizadas na trama ortogonal, criam percurso sinuoso, inspirado no desenho dos meandros do Amazonas. A trama cartesiana sobrepõe-se ao paisagismo em diálogo entre a mão do homem e a obra da natureza. Deambulando por entre as plantas, visitantes encontrarão mesas interativas sob a vasta rede que participa da demarcação fluída entre as temáticas.
A galeria na lateral do terreno, revestida em cortiça, abriga espaços expositivos, auditório, pop-up store, café, lounge para eventos, restaurante e administração, interligados por um grande átrio que traz luz natural. Artistas e designers brasileiros irão expor peças que demonstram a riqueza criativa do país, ao lado de instalações interativas que narram a revolução em curso na agricultura e pecuária brasileira, graças às pesquisas de empresas como a EMBRAPA.
A sustentabilidade é onipresente, por meio de um sistema de montagem e desmontagem eficiente com elementos pré-fabricados modulares, mecanismos de reaproveitamento da água, além do emprego de materiais certificados e recicláveis. Parte fundamental da experiência, a racionalidade da arquitetura efêmera demonstra que é possível gerar significado e conteúdo com poucos recursos e reduzido impacto ambiental.
O pavilhão do Brasil na Expo Milão 2015 almeja agregar novos elementos à tradicional participação nacional nesse tipo de evento. Com olhos no futuro, busca demonstrar que o Brasil logrou excelência em uma das áreas cruciais para a humanidade, a alimentação, em permanente movimento de criação novos paradigmas no relacionamento de sua sociedade com a natureza, em simbiose transformadora, capaz de traçar novas estratégias para o país.
Mais que marcar a presença dentre tantas outras nações, o pavilhão brasileiro almeja inspirar curiosidade e engendrar novos relacionamentos para além dos seis meses do evento, demonstrando ser possível concretizar utopias e inspirar soluções que, como o tema da Expo 2015, alimentem o planeta e tragam energia à vida.
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